quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Sustento financeiro em missões: como suprir a maior necessidade no campo?


Mesmo em tempos de instabilidade econômica, igrejas pequenas e grandes encontram caminhos criativos, sustentáveis e de fé para garantir apoio contínuo à obra missionária

Por Daniel Hirschmann

Manter missionários em campo com segurança, dignidade e de forma sustentável é um dos maiores desafios da igreja brasileira, especialmente em tempos de instabilidade econômica.

No entanto, enquanto muitas igrejas lidam com orçamentos apertados e dificuldade até para pagar seus próprios pastores, outras têm encontrado caminhos criativos, contínuos e, sobretudo, de fé para garantir o avanço da obra.

Seja com a mobilização de membros e empreendedores, bazares missionários ou com uma oferta além do dízimo, é possível estruturar um apoio com compromisso espiritual, para transformar vidas no Brasil e até os confins da Terra.

A dificuldade financeira é, hoje, a principal causa da volta prematura de missionários do campo. “Se você perguntar para um missionário qual a pior dificuldade que ele enfrenta, é possível que ele vá dizer outras coisas – questões ministeriais, espirituais etc. –, mas se você vai um pouco mais fundo e ele tem um pouco mais de liberdade para compartilhar o que de fato incomoda e é um problema, inclusive responsável pela maior parte dos casos de retorno prematuro de missionários do campo, é a questão financeira”, afirma o diretor-executivo da Missão Sepal e da Aliança Cristã Evangélica Brasileira, Cassiano Luz.

Segundo ele, esse é o grande ponto a ser resolvido, mas não é uma exclusividade dos missionários, pois muitas igrejas também lidam com orçamentos apertados.

“A grande maioria das igrejas que eu conheço, que estão envolvidas em missões, elas estão no teto, estão operando no seu limite financeiro também”, revela Cassiano.

Além disso, dados do IBGE reunidos pelo Aliança Lab mostram que mais de 90% das igrejas no Brasil têm menos de 100 membros. “Costumo usar três Ps para descrever a real igreja brasileira: ela é pequena, pobre e periférica. Não são as grandes igrejas que a gente vê na mídia, que têm os seus grandes pastores e líderes em evidência. A igreja mesmo é pequena, é periférica, está nos bairros espalhados e tem pouca capacidade financeira”, explica o executivo, acrescentando que grande parte do sustento missionário vem dessas pequenas igrejas. “Muitas não conseguem sustentar os seus pastores, então também não conseguem sustentar mais missionários”, constata.

Visão e intencionalidade

Diante desse cenário, segundo Cassiano, um fator que faz a diferença em comunidades que têm conseguido fortalecer o financiamento missionário é a intencionalidade. Isso se traduz em lançar desafios aos membros, pregando sobre missões o tempo todo, e não só uma vez por ano. “Uma igreja que vive e respira missões, que traz os desafios para o público, os missionários compartilhando as suas histórias, o que está acontecendo, quais dificuldades estão enfrentando”, pontua.

Um exemplo emblemático é o da igreja Conexão Primeira Batista de Santo André (SP), que hoje apoia 135 missionários em 47 campos, alcançando 13 estados brasileiros e mais 34 países. Cerca de 50% deles são membros enviados pela Conexão, enquanto a outra metade é de missionários apoiados, incluindo membros de igrejas de diferentes denominações do Brasil e, também, missionários autóctones, que nasceram nos lugares onde estão servindo, como Cuba e alguns países do sul e sudeste da Ásia.

Esse movimento missionário na Conexão começou em 1980, sob a direção do pastor Edison Queiroz de Oliveira, após a leitura do livro Clamor do Mundo, de Oswald Smith. Com o despertar dessa visão, a igreja intensificou a oração por missões e realizou sua Primeira Conferência Missionária, além da arrecadação de uma oferta extra, hoje chamada de Oferta Missionária de Fé – na época, era Oferta Promissora de Fé.

“Os membros são orientados a contribuir, além dos seus dízimos, com a Oferta Missionária de Fé. É um valor que cada um entende, da parte do Senhor, que deve ser entregue mensalmente, como oferta, até a próxima Conferência Missionária, quando realizamos um novo despertamento, um novo apelo para mais um ano de contribuições”, conta o pastor da Conexão Primeira Batista, Marcos Grava, salientando que em junho deste ano foi realizada a 46ª Conferência Missionária.

Fonte: https://comunhao.com.br. Imagem: Divulgação/Conexão Primeira Batista de Santo André

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