Em um discurso inflamado no plenário do Senado Federal, o senador Lucas Barreto (PSD-AP) denunciou o que classificou como uma “tentativa escandalosa” de silenciar a Rádio Forte FM, uma das principais vozes do estado do Amapá. O parlamentar atribuiu a ação movida contra a emissora a uma retaliação por sua postura crítica ao Governo estadual.
“Essa perseguição começou porque a rádio nunca se vergou aos interesses do Governo estadual, e isso, senhoras e senhores, incomoda. Incomoda quem se acostumou a controlar, a impor silêncio”, afirmou Barreto, representante do Bloco Parlamentar da Resistência Democrática.
O senador destacou que a tentativa de cassar a outorga da rádio foi barrada por uma decisão da Justiça Federal. Ele citou a juíza Pollyanna Kelly Maciel Medeiros, que, em sua sentença, definiu a cassação como a “pena capital da radiodifusão”, que só pode ser aplicada após um julgamento justo e com todas as garantias legais. A magistrada ressaltou que calar uma rádio é privar uma comunidade inteira de informação, cultura e cidadania, causando um “dano irreparável à coletividade”.
Poder do Estado como arma política
Barreto foi contundente ao acusar o Ministério das Comunicações de agir com motivação política. “O que o Ministério das Comunicações tenta fazer é usar o poder do Estado como arma política”, declarou. Para o senador, a alegação de irregularidades técnicas é um mero pretexto para mascarar o verdadeiro objetivo: o controle da narrativa e a domesticação da imprensa. “Quem teme a crítica, teme a verdade”, completou.
O parlamentar ironizou a tentativa de controlar a informação na era digital, comparando-a a “querer apagar o sol com as mãos”. Ele argumentou que, em um mundo conectado, qualquer tentativa de ocultação é inútil e apenas expõe a face autoritária de quem a pratica.
Defesa da democracia
Ao finalizar seu discurso, o senador fez um alerta solene sobre os pilares da democracia. “Não há democracia sem crítica, não há liberdade sem imprensa livre”, afirmou, dirigindo-se ao presidente do Senado, Humberto Costa.
Barreto definiu a Forte FM como um “símbolo da resistência amapaense” e lembrou que a liberdade de expressão é um alicerce da República, e não uma “engrenagem de Governo”. Ele encerrou com uma mensagem de resistência: “Podem até tentar desligar o transmissor, senhoras e senhores, mas o que realmente os incomoda é que a verdade não tem botão de desligar”.
Fonte: www.bambamnews.com.br. Imagem: Divulgação/Internet.
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