BRASÍLIA (DF) — A indicação de Jorge Messias, atual Advogado-Geral da União, para o Supremo Tribunal Federal abriu uma crise imediata no Senado. O nome enviado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encontrou rejeição não só da oposição, mas também de aliados que não esconderam o incômodo com a escolha.
Segundo declarações publicadas pelo Poder360, líderes de diferentes partidos já avisaram que votarão contra Messias, criando um cenário de tensão para a sabatina.
A reação começou com Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição, que atacou o critério da indicação:
“Somos contra a um presidente indicar um advogado ou um amigo seu”, afirmou.
Eduardo
Girão (Novo-CE) também declarou voto contrário, lembrando que Messias
foi contra a resolução do CFM (Conselho Federal de Medicina) que proibiu
médicos de realizarem a “assistolia fetal” nos casos de aborto legal em
mulheres que sofreram estupro e estão com gestação acima de 22 semanas.
“Eu sou espírita e nesta causa em defesa da vida é uma premissa defender a vida desde a concepção”, disse o senador.
Hamilton
Mourão (Republicanos-RS) seguiu a mesma linha e elevou o tom ao avaliar
que Messias não possui os requisitos necessários para ocupar a cadeira:
Messias não tem “nem notável saber jurídico, nem conduta ilibada”.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), igualmente demonstrou desconforto. Bastidores apontam que a irritação tem relação direta com sua tentativa frustrada de emplacar Rodrigo Pacheco ao STF. A indicação de Messias teria desagradado o grupo de Alcolumbre, que agora controla uma das etapas mais importantes do processo: a sabatina.
Carlos Portinho (PL-RJ) lembrou que o governo precisará articular melhor do que fez na votação da recondução de Paulo Gonet à PGR. Segundo ele, Messias “não passa sem uma base fiel”.
O clima entre senadores
Parlamentares ouvidos pelo Poder360 avaliam que a votação deve ser apertada. No PSDB, o líder Plínio Valério (AM) já avisou que o partido votará contra. A oposição trabalha para ampliar o desgaste político de Lula, argumentando que o AGU seria um nome alinhado demais ao presidente.
A indicação de Messias ocorre em meio a discussões sobre aborto, liberdade de imprensa, atuação de cortes superiores e acusações de perseguição política — temas que têm sido usados por senadores para justificar o voto contrário.
Apesar das críticas, o governo acredita que conseguirá reverter parte das resistências nos próximos dias, apostando na interlocução com líderes de centro.
Fonte: Caio Rangel/www.fuxicogospel.com.br. Imagem: Divulgação/Internet.
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